Por isso, evito entrar nesse mundo de registos, por vezes tão distantes, apesar de tão próximos, sabendo-se que os que se aproximam, ao longo de 2007, poderão não ser tão diferentes.
dezembro 31, 2006
2006-2007
Por isso, evito entrar nesse mundo de registos, por vezes tão distantes, apesar de tão próximos, sabendo-se que os que se aproximam, ao longo de 2007, poderão não ser tão diferentes.
dezembro 29, 2006
Rio de Janeiro
O que li e vi levou-me a reler “Rio de Janeiro. Carnaval no fogo”, de Ruy Castro, e logo no prólogo o que deveria ser excepção tornou-se numa regra bem persistente: “Na última semana de Fevereiro de 2003, bandidos ligados ao narcotráfico desencadearam uma onda de violência no Rio. Quadrilhas incendiaram ônibus nos subúrbios, trocaram tiros com a polícia nos morros e protagonizaram perseguições de cinema nas vias expressas. A cidade ficou apreensiva”.
dezembro 22, 2006
Quem deve ser susbtituído?
dezembro 17, 2006
Relatório da OCDE sobre Ensino Superior em Portugal
Ao preconizarem o sistema binário, dizendo mesmo que deve ser reforçado, os peritos da OCDE concordam com o sistema actual, divergindo em aspectos organizacionais e nos moldes de financiamento. Em contrapartida, defendem um sistema de gestão menos corporativo e a subida das propinas.
Quanto ao Processo de Bolonha, o relatório regista as mudanças em curso, mas não as avalia, pois nesse caso seria difícil de explicar como se podem mudar metodologias de ensino e práticas de avaliação ao mesmo tempo que se reduz o número de professores.
Mais do que um relatório técnico, bem documentado estatisticamente, e com aspectos sobre os quais é necessário reflectir, precisamos agora de uma decisão política, não se colocando de lado o debate que é necessário promover.
dezembro 12, 2006
Propostas para a educação
PARA A EDUCAÇÃO, assim como para o desenvolvimento, é preciso ter visão e projeto. Projeto e visão podem, porém, induzir vertigem e desânimo. Aqui vai, em troca, elenco de iniciativas pontuais, inspiradas no que deu certo no mundo. Começo com duas preliminares. A primeira preliminar é que precisamos gastar mais. Quanto mais desigual o país e menos forte nele a tradição de cultivar o estudo em casa, maior tem de ser o gasto em educação. É nosso caso; precisamos gastar muito mais do que a média mundial. A segunda preliminar é reconhecer que melhora de qualidade da educação surte efeito imediato, não só a longo prazo. Nenhum país que se endividou para financiar salto de qualidade em seu ensino foi por isso castigado pelos mercados; sabem que a educação presente é a garantia mais certa da riqueza futura. Mais importante ainda é o impacto sobre o ânimo da nação. Inquietação, emulação, energia são tudo na vida de um povo. 1. Assegurar piso salarial e plano de carreira aos professores em todo o país. O governo federal tem de se acertar com os Estados e os municípios e completar a diferença para as entidades federadas mais pobres. 2. Construir sistema nacional de "escolas normais" e de faculdades de educação para formar e atualizar os professores ao longo de suas carreiras, não só no início. 3. Medir várias vezes por ano o desempenho de todas as escolas. Discutir os resultados no país e em cada comunidade. O monitoramento não é apenas para suprir falhas. É também para propagar as inovações locais bem-sucedidas. 4. Ter o governo federal como intervir e consertar quando, em períodos seguidos, o desempenho for inaceitável. 5. Focar a formação dos professores e os textos escolares na pedagogia das operações conceituais básicas: análise de problemas, interpretação de textos, formulação de argumentos, uso de fontes de pesquisa. 6. Engajar as associações de pais no trabalho das escolas e na execução de um plano de estudo para cada criança. E, quando a família não tiver condições para participar, designar professor ou membro da comunidade que faça as vezes desse acompanhamento familiar. 7. Combinar o ensino direto com o ensino à distância e com a comunicação entre escolas. Cada estudante deve receber computador simplificado, ligado a rede nacional de internet pública dedicada à educação. 8. Oferecer programas especiais aos alunos, sobretudo pobres, mais talentosos e esforçados. Tais programas sacodem a mediocridade satisfeita. Acordam a genialidade calada. Essas medidas representariam uma revolução.
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dezembro 08, 2006
Blogues de Coura
Serve esta introdução, talvez muito técnica, para dizer o quão se divulga Paredes de Coura através de diversos blogues. Falarei apenas de dois.
No blogue – http://www.paredesdecoura.blogspot.com – encontramos referências diárias ao concelho, sob a escrita de uns certos pseudónimos. Poderemos não concordar com a ironia de alguns textos, poderemos dizer que quem escreve deveria assumir, mas a crítica mordaz também se faz com o recurso a nomes sugestivos, tal como nos advém da história portuguesa, sobretudo a partir da figura do Manuelinho, o tal louco de Évora que esteve na origem do movimento da Restauração (Século XVII).
No blogue - http://maispelominho.blogspot.com – Eduardo Bastos dá a cara pelo Minho, e muito mais por Paredes de Coura. Trata-se de uma escrita atenta à realidade courense, desde as questões políticas às questões sociais, culturais e educativas, salpicada com imagens que lhe conferem realismo. É um blogue de um quase-jornalista.
dezembro 07, 2006
Legislar....
Aparentemente, sim, pois o que é proposto em 2004 não é muito diferente do que foi avançado em 2000 ou em 2001.
Pena é que o sistema educativo continue a ser gerido por uma montanha de normativos, em que os ministros de educação, e respectivos secretários de estado, necessitam de legislar para sobreviver politicamente. Esta é a situação da educação.
dezembro 05, 2006
Que proposta?
dezembro 01, 2006
Na escrita de Moselos
novembro 28, 2006
reforma anunciada no superior
Finalmente, o ministro passará das palavras às políticas.
novembro 27, 2006
Um ministro em silêncio
novembro 21, 2006
Totalmente de acordo
novembro 18, 2006
novembro 17, 2006
Êxito dos professores
novembro 12, 2006
A escola
“A aula está inquieta, num zumzum de colméia assanhada (…) o professor Clarimundo disserta … Sentado à mesa, em cima do estrado, as mãos enlaçadas entre as coxas, o busto curvado. O livro aberto sob os olhos, ele enumera as vantagens do estudo do latim
- Pode-se saber português sem saber latim?
Ele mesmo dá a resposta. Não. Sacode a cabeça: a franja eriçada se agita: os óculos reluzem.
- Pode-se estudar gramática histórica sem um bom conhecimento da língua latina?
Também não. Novo aceno de franja, novo fuzilar de óculos.
Um aluno abre a boca num bocejo sonoro. O professor estica o pescoço, procurando o mal-educado.
-Quem foi que bocejou? – pergunta.
Movimento de cabeças. As abelhas se assanham: os zumbidos da colmeia crescem em ondas. Por fim, o silêncio.
- Não gosto nada disso!
Clarimundo disse essas palavras sem convicção. O protesto fica lançado. É preciso manter a moral. Mas o que importa agora é o latim”.
novembro 10, 2006
Formação de professores (II)
novembro 07, 2006
novembro 06, 2006
Formação de professores
Impera no primeiro aspecto a noção de professor generalista, que ficaria com habiltação para a educação pré-escolar e para os 1º e 2º ciclos do ensino básico. Neste caso, o professor poderia ter habilitação para leccionar 4 disciplinas nos 5º e 6º anos de escolaridade, a saber: Língua Portuguesa, História e Geografia de Portugal,Matemática e Ciências da Natureza.
No segundo, a formação educacional ficaria reduzida a um número insuficiente de créditos.
Num momento em que se discute tanto a qualidade das aprendizagens é pertinente reconhecer que este anteprojecto empretece a escola e torna a profissão de professor num ofício algo artesanal.
novembro 05, 2006
Novas pedagogias
“A negação do ensino e da transmissão do conhecimento que está na base de todas essas pedagogias produz no ambiente da pós-graduação em educação uma atitude pseudocrítica que se limita a repetir o surrado bordão de denúncia do anacronismo, do autoritarismo e do espírito verbalista e livresco da escola tradicional. Essa atitude pseudocrítica, além de disfarçar a fragilidade dos fundamentos teóricos das “novas” pedagogias, desviando a atenção para o sentimento de aversão pelas mazelas da escola tradicional, difunde ainda uma ideia falsa sobre o que seria um pensamento crítico, o qual passa a ser identificado de forma directa e mecânica com a defesa de pedagogias supostamente democráticas em oposição a pedagogias supostamente autoritárias. Esse fenómeno dificulta a discussão séria sobre o que seria um intelectual crítico em educação, na medida em que, implícita à difusão dessas pedagogias, difundiu-se também a ideia de que um educador que antes de tudo rejeite a escola tradicional e adote uma dessas pedagogias já seria, automaticamente, um educador crítico”.
outubro 25, 2006
Educação na eleição presidencial
outubro 06, 2006
Uma constatação
outubro 05, 2006
Culpem-se os professores
Quando se está dentro da máquina (essencialmente administrativa e burocrática) educativa é muito fácil culpabilizar os professores!
Que faria este, ou outro, secretário de estado perante uma turma do 4º ano de escolaridade em que a maioria dos alunos tem duas e três repetências? Que faria o astuto político se fosse docente de uma turma localizada num bairro com situações sociais problemáticas? Que faria ainda o secretário de estado se fosse confrontado com a recusa dos alunos em aprenderem?
Talvez não tenha respostas.
outubro 02, 2006
Popularidade
Por mais díspares que sejam os dados, a opinião pública portuguesa gosta de uma ministra decidida, com um discurso simples e com ideias muito terrenas, já que o que está em causa, segundo os seus argumentos, é a escola, são os alunos e jamais os professores ou as editoras. Ao responsabilizar os professores pelo insucesso da escola e ao afrontar as editoras, em nome da qualidade dos materiais curriculares, a ministra ignora, ou pretende ignorar, que a escola como organização é muito mais complexa e que já não serve compará-la a uma fábrica para que as boas práticas e os bons resultados apareçam.
outubro 01, 2006
Educação de Qualidade
Mais: o programa de Lula da Silva concebe “a educação como questão nacional de primeira grandeza e [pretende] torná- la prioridade do Estado e da sociedade”.
Tudo bem, em termos de discursos. E como serão implementadas estas políticas?
setembro 24, 2006
Eduquês. Três livros. Três opiniões.
É, aliás, surpreendente que a maioria dos Ministros da Educação (algumas deles figuras brilhantes) tenha o lastro não das Ciências da Educação, mas das Ciências (ditas) Exactas (designadamente, da Física e da Química). Esse facto não merece a Nuno Crato a mínima referência ou análise. Não lhe dirige um único reparo. E os únicos ministros que refere são Marçal Grilo, que “compreende” (em nota) e Maria de Lourdes Rodrigues, que cita favoravelmente. Para quem designa esta obra como O “Eduquês” em discurso directo, convenhamos que há “discurso” a mais e “directo” a menos. Pois quem são, afinal, caro Professor, os grandes responsáveis do estado ruinoso da educação? Os porteiros da 5 de Outubro? (Álvaro Gomes, Blues pelo Humanismo Educacional? 2006, pp.66-67).
Depois de dois ou três artigos, muito pouco divulgados, contra a “educratice”, o livro de Álvaro Gomes é a primeira resposta à linguagem do eduquês, dizendo abertamente que o livro de Nuno Crato contém afirmações menos felizes, pois unicamente repete, reproduz, retoma e repõe argumentos cansados e descosidos contra as Ciências da Educação.
Para além do conteúdo do debate é necessário saber quem são as personagens e o que as move.Como Álvaro Gomes sublinha, o livro em causa é superficial (melhor, é um livro nem) e o seu autor é um pedagólogo, que recorre à doxa e não ao rigor científico. Por isso, entender-se-á o oblíquo silêncio que os investigadores portugueses mantêm relativamente ao livro e ao seu autor. A crítica que Álvaro Gomes faz às Ciências da Educação pela não defesa da honra é, aliás, por ele explicada, já que seria travar um debate com alguém que não tem um pensamento educacional, que se move pela ideia de cruzada e que se identifica com os charlatães da velha pedagogia.
setembro 19, 2006
Eduquês. Três livros. Três opiniões.
A leitura deste livro é necessária? Talvez, embora o seu autor seja pobre nos argumentos que utiliza, nas fontes bibliográficas que consulta (exigir-se-ia muito mais a quem visa desconstruir) e na articulação das ideias que pretende realçar sobre as Ciências da Educação.
Não é um livro sobre, ou contra, as Ciências da Educação, mas um livro sobre, ou contra, o ensino da Matemática. Por isso, o título deveria ser este: O “Matematiquês” em discurso directo.
O que está por detrás deste livro?
Ao invocar o pensamento de Ravitch e Hirsch, como poderia fazê-lo para tantos outros, Nuno Crato situa-se no lado do conservadorismo educacional, cujas ideias sobre a escola são sobejamente conhecidas, sobretudo no ataque ao multiculturalismo, na defesa do currículo nacional e dos exames como instrumentos de discriminação social, na concordância com aprendizagens estandardizadas e na luta por valores tradicionais. É evidente que o autor fica pela crítica às Ciências da Educação como se estas fossem as responsáveis pelas políticas educativas e curriculares que têm moldado o sistema educativo português.
Quantos ministros são oriundos das Ciências da Educação? A engenharia e a economia têm sido o seu berçário.
Se poderemos concordar numa ou noutra ideia do autor, por exemplo, ao nível das competências, na globalidade, discordamos dele pela falta de rigor que demonstra na abordagem das temáticas, adoptando uma linguagem de panfleto e jornalismo, e na descontextualização das citações que identifica.
Se o autor aplicasse o rigor da Matemática ao que escreveu decerto que o resultado do livro seria outro.
setembro 17, 2006
Eduquês. Três livros. Três opiniões.
A origem do termo “eduquês” é atribuída a Marçal Grilo, um engenheiro mecânico que teve tempo suficiente, como Ministro da Educação, para melhorar o sistema educativo português.
Não o fez. Agora, a culpa é das Ciências da Educação, pois, segundo as suas palavras, nada têm a acrescentar às políticas educativas, utilizam uma linguagem reticente e são simplificadoras.
Difícil, de facto, é compreendê-los, sobretudo quando deixam de ser ministros da educação e tentam dizer-nos que a culpa é dos outros.
Assim começa o percurso contra as Ciências da Educação, sendo certo que os seus detractores apenas conhecem uns textos, nada mais!
setembro 04, 2006
Descentralização
No momento em que se fala tanto da escola como organização, seria oportuno reflectir se o problema dos resultados escolares depende unicamente da escola e das suas práticas organizativas.
setembro 02, 2006
Retenção/abandono no ensino básico
Tendo como referência os resultados oriundos do Gabinete de Informação e Avaliação do Sistema Educativo (GIASE), a taxa de reprovação/abandono no 9º ano de escolaridade subiu 6,8%.
Em artigo de opinião (DN, 1/9/2006), a Ministra da Educação argumenta que “o aumento do número de alunos reprovados resulta directamente da introdução dos exames”. Todavia, em nota informativa do Gabinete de Imprensa do Ministério da Educação, de 11 de Julho de 2005, a argumentação é outra: “os resultados finais dos exames nacionais do 9º ano de escolaridade, que se realizaram este ano nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática registaram, de uma forma geral, taxas de aprovação em consonância com as classificações de frequência”.
Bem, não seria aconselhável que a Ministra da Educação tivesse conhecimento dos dados do seu gabinete de imprensa para fundamentar de uma forma mais rigorosa aquilo que entende escrever?
agosto 28, 2006
Estatuto da carreira docente
Os artigos 35º (perfis de competências), 36º (conteúdo funcional) e 46º (itens de classificação) necessitam de uma profunda reflexão dos professores de modo a que não se possa um dia afirmar: “a legislação mudou e as práticas escolares continuaram iguais”.
agosto 15, 2006
agosto 10, 2006
Liberdade
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...
Fernando Pessoa
agosto 06, 2006
Ainda sobre os exames do secundário
Os que defendem que a instituição de ensino superior deve seleccionar os seus alunos, através de provas de conhecimento, são contrariados pela inexistência de um mecanismo de regulação nacional e pela competitividade institucional, mais ainda quando se reconhece que há alunos a menos e instituições de ensino superior a mais.
Os partidários de um acesso ao ensino superior ditado pelas notas do secundário poderão ser contraditados pela pouca credibilidade que tem, hoje em dia, a avaliação sumativa externa (nacional) em conjugação com a avaliação sumativa interna(da escola). Aliás, Meira Soares, no “Público” de 6 de Agosto 2006, é contundente: “As notas em geral dos exames do 12º ano são três, quatro valores mais baixas do que as da dita avaliação contínua. Isto deixa-me perplexo. O sistema não me dá confiança”.
Perante tantas debilidades por que não questionar o papel dos exames nacionais na avaliação dos alunos do ensino secundário e no acesso ao ensino superior?
Relações sentimentais
agosto 04, 2006
agosto 02, 2006
Sonho
(Antonio Tabucchi, Tristano Morre-Uma vida, 2006)
agosto 01, 2006
Até Quando (III)
Acionado por um outro olhar
um território de múltiplas faces
se apresenta
te olha
te interroga e sussurra:
foge da mídia que espectaluriza a morte
escondendo que nela te extingues
aqui é o outro lado –
é a parte que apresenta
a vítima e o algoz
mas não aponta
o papel que deves assumir
(...)
a vida – como num jogo -
também é jogada fora
inútil indesejável
mera fuga
negação de si mesma
a vida é um jogo de alegria
um jogo amoroso
um jogo de busca
podemos jogá-la juntos
se quiseres:
passa lá em casa”
(In “Projeto Imagens do Povo – Observatório de Favelas”, 2005)
julho 31, 2006
Até Quando (II)
(In “Projeto Imagens do Povo – Observatório de Favelas”, 2005)
julho 30, 2006
Até Quando (I)
No preto e branco das fotos, observam-se testemunhos da alegria, da dor e da graça da vida e reconhecem-se seres plenos, que amam, choram, lutam, brincam e que têm muito a dizer-nos sobre si e sobre o mundo. Através delas, naturaliza-se a acção da polícia, banaliza-se a violência e afirma-se o quotidiano, nas suas múltiplas vivências, dos deserdados de uma sociedade cada vez mais desigual.
julho 29, 2006
O silêncio do 1º ciclo
julho 28, 2006
julho 27, 2006
O círculo vicioso
(Preâmbulo do Decreto nº 2 de 22 de Dezembro de 1894)
julho 26, 2006
Numa escola...
(Bernardino Machado, A universidade e a nação, 1904)
julho 25, 2006
Avaliação aferida
Decretada em 1992, a avaliação aferida foi somente aplicada, e timidamente, em 2000, sempre na dúvida se deve ser realizada por todos os alunos ou por uma amostra. Enquanto instrumento de regulação das aprendizagens, a avaliação aferida pode, neste momento, ser realizada pelas escolas, não sendo necessária a sua centralização nos gabinetes do ministério.
Se o que está em causa é verificar o grau de cumprimento dos objectivos curriculares de cada um dos ciclos do ensino básico por que motivo se aplica a avaliação aferida a todos os alunos?
Facilmente, e mais ainda de acordo com perspectivas políticas diferentes, os resultados da avaliação podem servir, e distorcidamente, para avaliar os professores e as escolas, deixando de ser um elemento válido para regular as mudanças curriculares. Não quero com isto dizer que a avaliação aferida não seja fundamental, apenas reconhecer que a sua aplicação deve ser inserida num quadro global de reestruturação do currículo.
julho 24, 2006
A eterna culpa dos professores
Ao associar os professores, como se eles fossem os únicos responsáveis, aos resultados escolares, o Ministério da Educação pretende desenhar o rosto de quem poderá ser um dos culpados por aquilo que tem acontecido estruturalmente no sistema educativo português.
É certo que os professores, e diversos estudos falam em 25%, estão ligados ao sucesso dos alunos, não só pela sua formação e motivação, bem como pelo modo como organizam as situações de aprendizagem.
A organização da escola, os alunos e seus contextos e as políticas educativas e curriculares são outros factores preponderantes, não podendo ser esquecida esta máxima dos estudos avaliativos: o insucesso dos alunos é uma categoria intrínseca à escola.
Por isso, quem começará a exigir responsabilidades pela forma como as escolas portuguesas estão a funcionar?
julho 23, 2006
julho 22, 2006
A escola como organização
A desideologização da educação está em curso, cada vez mais dominada por um paradigma técnico-racionalista, ancorado na economia do conhecimento. As políticas de educação e formação da União Europeia, tanto para o ensino superior quanto para os ensinos básico e secundário, convergem no sentido de transformar o debate educacional em questões meramente técnicas. Discute-se, hoje em dia, a escola como se de um produto se tratasse, mais comparável a uma organização fabril do que a uma instituição pública.
O lema da escola como organização pressupõe diferentes vertentes, mas a que prevalece nos responsáveis do Ministério da Educação, em Portugal, está ancorada nos resultados e na funcionarização dos professores. A escola tem de ser produtiva e se o não é, a culpa é dos professores, nunca das políticas oriundas da Administração central.
Uma forma estranha de olhar para a escola pública, acreditando-se que o Estado nunca se engana e que as suas políticas são sempre perfeitas.
julho 21, 2006
Processo de Bolonha
Na conferência de Bergen, os ministros do ensino superior fazem o balanço da implementação do Processo de Bolonha, admitindo atrasos em muitos países, mas também reconhecem os avanços realizados nos dois primeiros ciclos, cuja organização curricular dos cursos deve estar orientada para a empregabilidade.
Sobre o doutoramento, os ministros da União Europeia prevêem que em 2007, em Londres, serão debatidas algumas questões estruturantes, admitindo para já as seguintes: duração (de 3 a 4 anos); programas interdisciplinares; admissão de jovens investigadores; transferência de competências.
julho 20, 2006
julho 19, 2006
Exames do ensino secundário
É sintomático que, pautado pela obsessão objectiva, o GAVE privilegie a escolha múltipla, opte por enunciados muito extensos e transforme uma prova de avaliação num lençol de dúvidas e de artimanhas. Mais perplexidade se verifica quando as respostas dos alunos a um exame nacional não exige o conhecimento objectivo dos conteúdos aprendidos ao longo do ano.
Veja-se, por exemplo, o número excessivo de páginas do exame nacional do 9º ano a Língua Portuguesa.