outubro 25, 2006

Educação na eleição presidencial

A eleição brasileira para o 2° turno presidencial tem colocado no terreno do debate a educação. Se Lula afirma que é prazeroso investir em educação, Alckmin reforça que a sua primeira prioridade é a educação. Se Lula revela que aprendeu a desatar os nós da educação, Alckmin refere que fez muito pela Educação enquanto governador do estado de S. Paulo.
Porém, lendo-se os textos progamáticos publicados nos jornais brasileiros (de que modo certa imprensa é tão hostil ao candidado Lula), constata-se que as diferenças não são muitos substanciais, pois a educação tornou-se num discurso homogéneo que é utilizado de igual forma pelos candidatos de esquerda e de direita.
A diferença está na aplicação dos discursos e nesse aspecto, sim porque o Lula vai ganhar, o candidato número 13 vai ter de aprender ainda mais a desatar os nós muito complexos que apertam o ensino público no Brasil.

outubro 06, 2006

Uma constatação

Em tempos de discussão de um novo estatuto de carreira docente para educadores e professores dos ensinos báscio e secundário, e numa fase em que os professores são responsabilizados pelo insucesso dos seus alunos, cabe, tal como o fez a Comissão de Reforma do Sistema Educativo, em 1987, reconhecer que "as condições de funcionamento das escolas não oferecem, regra geral, um suporte eficaz ao desenvolvimento curricular".

outubro 05, 2006

Culpem-se os professores

Depois da acusação da Ministra da Educação à falta de empenho dos professores, surge agora uma outra, da responsabilidade de um secretário de estado: “Estou convencido de que os professores não acreditam que não contribuem para o sucesso dos seus alunos. E também o fazem para o abandono, quando não se empenham na recuperação dos estudantes”.
Quando se está dentro da máquina (essencialmente administrativa e burocrática) educativa é muito fácil culpabilizar os professores!
Que faria este, ou outro, secretário de estado perante uma turma do 4º ano de escolaridade em que a maioria dos alunos tem duas e três repetências? Que faria o astuto político se fosse docente de uma turma localizada num bairro com situações sociais problemáticas? Que faria ainda o secretário de estado se fosse confrontado com a recusa dos alunos em aprenderem?
Talvez não tenha respostas.

outubro 02, 2006

Popularidade

O que justifica a popularidade da Ministra da Educação nas sondagens de opinião?
Por mais díspares que sejam os dados, a opinião pública portuguesa gosta de uma ministra decidida, com um discurso simples e com ideias muito terrenas, já que o que está em causa, segundo os seus argumentos, é a escola, são os alunos e jamais os professores ou as editoras. Ao responsabilizar os professores pelo insucesso da escola e ao afrontar as editoras, em nome da qualidade dos materiais curriculares, a ministra ignora, ou pretende ignorar, que a escola como organização é muito mais complexa e que já não serve compará-la a uma fábrica para que as boas práticas e os bons resultados apareçam.

outubro 01, 2006

Educação de Qualidade

Em dia de eleições presidenciais, Brasil votará maioritariamente em Lula da Silva. Do seu programa de governo, muito enxuto, como referem os analistas, consta a Educação de Qualidade, assim enunciada: “A educação de qualidade ao alcance de todos deve ser entendida como instrumento de produção, organização e difusão de conhecimento e cultura. Deve contribuir para a formação de gerações de brasileiros capazes de compreender criticamente e dar significação aos valores culturais construídos ao longo da história, em diálogo permanente e afirmativo com as demais culturas do mundo. O desafio central para universalizar a educação nessas bases será acompanhado por um conjunto de iniciativas que garantam o acesso aos bens culturais e à informação”.
Mais: o programa de Lula da Silva concebe “a educação como questão nacional de primeira grandeza e [pretende] torná- la prioridade do Estado e da sociedade”.
Tudo bem, em termos de discursos. E como serão implementadas estas políticas?