abril 06, 2009

CIM- Alto Minho

É o que se chama entrar com o pé esquerdo… assim aconteceu com o PSD, mais alguns elementos do CDS, dos concelhos do Alto Minho, na primeira reunião, depois da sua instalação em Dezembro de 2008, da Assembleia Intermunicipal do Minho-Lima (CIM-Alto Minho).

Animados, certamente, pelo clima político de contestação, e pensando que este órgão se tornará numa arena de pura luta política, os representantes do PSD e do CDS propuseram moções que em nada ajudam a criar a ideia de que o Alto Minho existe para lá do provincianismo político de uns tantos quantos eleitos localmente.

Sem pretender defender o pensamento único, pois já tivemos na história portuguesa exemplos demais, e sem querer que o modo de pensar das pessoas seja plano, mais ainda quando estamos numa região de montanhas e serras, penso que se equivocará quem pretender deixar de contribuir para a existência de uma só voz, numa pluralidade de tons, do Alto Minho.

Compreendo que uma moção contras as portagens na A/28 faça todo sentido, sobretudo quando a interioridade está muito presente, e não restam dúvidas que o Alto Minho vive numa interioridade profunda, mas não acredito que os considerandos, ditos oralmente, tenham de culpar os políticos de agora e desculpabilizar os de ontem.

E mais grave ainda quando quem o fez, tempos não muito longínquos, teve responsabilidades políticas no distrito.

A este propósito, e no rescaldo da votação, o presidente da CIM-Alto Minho ficou muito mal na fotografia ao exercer o voto de qualidade. E ficou pessimamente, e se existir alguma foto, tem de ser a preto e branco, não pela competência que tem, mas por não ter compreendido que a sua eleição só aconteceu a partir de um consenso criado entre os partidos, já que o PS dispunha de votos suficientes pare eleger alguém da sua área política.

A moção sobre o comboio de alta velocidade, rejeitada porque uma abstenção da área do PSD apareceu entre os apoiantes, é o que se chama “dar um tiro no próprio pé”.

Se há distrito favorecido com este meio de transporte, que terá uma paragem em Valença, para mercadorias, outra em Vigo, para passageiros, estando prevista uma outra em Ponte de Lima, é o de Viana do Castelo.

Não adianta dizer que somente o traçado esteve em causa, não serve o argumento que as populações não foram ouvidas, enfim não se aceita que haja alguém politicamente responsável que não queira que o TGV não desça do papel para a linha-férrea, oferecendo outras oportunidades e possibilidades a um distrito, já classificado como economicamente deprimido.

Mas todo o reboliço político da “período de antes da ordem do dia” termina quando começa o “período da ordem do dia”, não só pela robustez técnica dos documentos, bem como pelo consenso que é gerado entre os presidentes das câmaras municipais, que olham essencialmente para aquilo que os une e não para o que os divide.