janeiro 30, 2007

Só vento?

Em tempos de proclamação das energias renováveis, e em tempos em que se quer afirmar que, economicamente, cada consumidor de energia eléctrica deve ser um produtor, as câmaras municipais do Alto Minho, ligadas à comunidade intermunicipal Vale do Minho, decidiram vender a sua quota de participação na empresa que em breve produzirá energia limpa em termos ecológicos. Depois da experiência das câmaras dos Arcos de Valdevez e de Vila Nova de Cerveira, a de Paredes de Coura também seguiu esse mesmo caminho. A discussão nas reuniões de câmara e assembleia foi de ventania forte, algo turbulenta na da assembleia municipal. Por mais argumentos a favor ou contra, não se podendo dizer com total rigor e infalibilidade que custos esta decisão tem para o futuro, o presidente da câmara de Monção coloca o dedo na ferida: "as câmaras não têm que ser sócias de empresas privadas... o capital social só se converte em lucros dentro de uma década, ficando as autarquias ao sabor dos accionistas maioritários". Além disso vender a participação não significa vender os dedos e os anéis, pois o rendimento de 2,5% sobre a facturação é uma receita constante do município, ficando ainda as juntas de freguesia e os proprietários dos terrenos, onde estão instalados os aerogeradores, com rendimentos acrescidos.