Em tempos de vacas magras, é natural que as vozes de protesto aumentem de forma compreensível, mais ainda quando se fala da gestão de recursos em função do apoio a jornais regionais. A propósito do porte pago, tudo aponta que os jornais que não se profissionalizem venham a ter sérias dificuladades de sobrevivência.
Vivendo da carolice de certas pessoas, os jornais nascidos e criados a partir de um pequeno grupo lentamente se vão transformando em projectos pessoais.
Olho para os dois jornais de Paredes de Coura e o tempo diz-nos tudo.
"O Notícias de Coura" é um jornal jovem, de três anos, com muitos colaboradores e com um director entuasiasmado, aberto à crítica, coadjuvado por um " grupo de jovens jornalistas" com quem muito aprenderiam se a redacção fosse obrigatoriamente profissionalizada.
"O Coura", já na adolescência (18 anos), luta contra si próprio, personalizado numa luta inglória como se outro mundo existisse para além do seu director, e alheio a qualquer projecto de profissionalização, pois nesse caso perderia o leit-motiv da sua existência.