janeiro 24, 2007

Preâmbulo do estatuto da carreira docente (II)

Os textos preambulares dos normativos são ainda uma fonte documental para a investigação, quer pelo que apresentam no campo das intenções, ou da utopia, muitas vezes, quer pelas críticas que fazem a anteriores normativos e medidas políticas. Neste último caso, e lendo-se mais uma vez o preâmbulo do estatuto da carreira docente, salientar-se-á a crítica realizada pela actual equipa do Ministério da Educação aos sistemas vigentes da formação contínua e da avaliação do professor:
“… a formação contínua, em que o país investiu avultados recursos, esteve em regra divorciada do aperfeiçoamento das competências científicas e pedagógicas relevantes para o exercício da actividade docente. Do mesmo modo, a avaliação de desempenho, com raras excepções apenas, converteu-se num simples procedimento burocrático, sem qualquer conteúdo. Nestas condições, a progressão na carreira passou a depender fundamentalmente do decurso do tempo, o que permitiu que os docentes que permaneceram afastados da actividade lectiva durante a maior parte do seu percurso profissional tenham chegado ao topo da carreira”.
O que dirão os futuros decisores políticos?