julho 31, 2007

Humanos versus tecnologia

Uma revista brasileira (Veja), com informações (ainda confidenciais) baseadas nos dados das caixas pretas do avião acidentado em Congonhas, atribui a culpa aos pilotos, deixando no ar a possibilidade de outros factores terem originado o tão mortal acidente: condições da pista e avaria da turbina.
No entanto, não há certezas absolutas. Somente são dados que necessitam de ser comparados, cruzados e reavaliados, pois como dizem os especialistas, um acidente desse género não é explicado por um único factor.
Apesar da manipulação dos dados, e a imprensa brasileira é especialista nesse género de coisas, tal como a portuguesa, se nos lembrarmos da polémica em torno da licenciatura do primeiro-ministro Sócrates, comprova-se que o avião andava com problemas de manutenção e que a pista apresentava sérios riscos.
Perante tudo isto, é mais fácil apontar o dedo e arranjar culpados, sendo que os humanos, que somos nós, perdemos sempre face à tecnologia, que nos quer comandar.


julho 30, 2007

Contacto com a natureza

Para lá dos postais turísticos mais conhecidos do Brasil (futebol, samba e praia) existe um outro Brasil maravilhoso que tanto podemos encontrar na Amazónia e Nordeste, quanto no Pantanal e sul do país. Este fim de semana pude conhecer a serra catarinense, bem no sul e com toda uma cultura gaúcha, apesar dos gaúchos serem os habitantes do Estado do Rio Grande do Sul.
Na fazenda Santa Rita, a 150 kms de Florianópolis, encontra-se o mundo rural brasileiro, no imaginário das fazendas, com as suas histórias, gastronomia e contacto com a natureza. Quando se entra nesse mundo real, como tive a oportunidade de concretizá-lo, neste fim de semana, há uma outra paz interior que se sente e partilha nas conversas e nos olhares presos a uma natureza que nos vai surpreendendo quer pela beleza das árvores (araucárias), quer pelos pássaros que nos convidam a escutá-los, quer ainda pelos trilhos que se percorrem a cavalo.

julho 28, 2007

Que miséria de aeroportos...

Voltei ao mundo caótico dos aeroportos brasileiros. Ainda com as imagens bem presentes do desastre da TAM, em Congonhas, decidi evitar S. Paulo. A viagem para o Recife, a partir de Florianópolis, e com escala em Brasília, foi de total confusão: filas no check-in, voos atrasados, incertezas e mais incertezas. De retorno a Florianópolis optei pelo voo para o Rio de Janeiro, mas a partida de Recife ainda foi de confusão e com algumas horas de atraso. Dois dias passaram, não para assistir aos jogos do Pan, mas para cumprir a agenda de colaboração luso-brasileira, e retomei a viagem. E surpreendentemente tudo foi normal, desde a ausência de filas no aeroporto internacional Tom Jobim (Galeão) até à partida e chegada nos tempos previstos. Será mesmo que a miséria da organização dos aeroportos brasileiros vai desaparecer?
Brasil, bem o mereceria.

julho 18, 2007

E do caos ... o desastre

E do caos que existia, que se sentia na pele de passageiro, resultou o maior desastre aéreo da aviação brasileira. O desastre de Congonhas (S. Paulo), onde pereceram quase 200 pessoas, doeu imenso, mais ainda quando é o resultado de tantas irresponsabilidades, sempre impunes. E a dor aumenta quando estamos perante um desastre anunciado, nos últimos tempos, tal foram os avisos de algumas pessoas e os mini-acidentes registados, incluindo o deslize de aviões aquando da aterragem. A morte de tantas pessoas é inglória, insensata e estúpida. Que a estupidez humana não permita que esta tragédia seja mais um na mera estatística das coisas da vida.


julho 17, 2007

Discriminação positiva

As universidades públicas brasileiras têm vindo a adoptar, nos últimos anos, o sistema de quotas, de modo a tornar mais igual o acesso ao ensino superior. Sendo a entrada na universidade determinada por um exame (o vestibular), os alunos oriundos do ensino secundário privado obtêm, regra geral, melhores resultados, cavando a grande contradição: os alunos da escola secundária privada vão para a universidade pública; os da escola secundária pública acedem à universidade privada.
A Universidade Federal de Santa Catarina também entrou no sistema de quotas, assim distribuídas: 20% de vagas para alunos do ensino público; 5% de vagas para alunos afro-ascendentes (negros e pardos); 5 vagas para alunos de origem indígena.
Os comentários que tenho lido são mistos: para uns, aumenta a discriminação, para outros, é um mecanismo mínimo de correcção.
De facto, é necessário olhar para a realidade educacional de um país e verificar quanto as desigualdades entre público e privado são notórias. Em cursos de certas universidades há décadas que não entra qualquer aluno do ensino secundário público, deixando-se que o poder de compra determine o acesso às profissões. Por isso, qualquer decisão para inverter esta tendência só pode ser elogiada.


julho 13, 2007

Um tal Zequinha...

A parcialidade tem limites. Sobre o jogo entre Portugal e Chile, que decorreu no Canadá, para o mundial dos mais jovens, um jornalista português escreve no jornal: "No aspecto disciplinar, a selecção portuguesa também deixou má imagem, nomeadamente depois de Mano ser expulso por agressão a um adversário e Zequinha se ter permitido tentar tirar o cartão vermelho da mão do árbitro, sendo imediatamente expulso".
Como vi o jogo em directo, transmitido pela Rede Bandeirantes, ainda no início da noite, dada a diferença horária de 4 horas de Brasil para Portugal, e me deliciei com os comentários, alegres, mas muito sarcásticos, dos repórteres brasileiros, a realidade é outra: um tal de nome Zequinha tirou o cartão vermelho da mão do árbitro, quando este o tinha bem levantado e direccionado para um outro jogador português. Bem, não tirou, roubou o cartão ao árbitro. É pena que os jornalistas portugueses não sejam imparciais. É a cena mais caricata que vi até hoje no futebol. E os comentadores televisivos brasileiros não deixaram de se rir à custa de um tal Zequinha, que pura e simplesmente deveria ser impedido de tornar a representar a selecção portuguesa. Mas que triste imagem estes jovens portugueses estão a dar a outros jovens. E depois ainda se fala de indisciplina na escola...

julho 11, 2007

Elas ... são melhores

Os resultados de diversos exames e concursos têm revelado, nos últimos tempos, que as mulheres alcançam melhores resultados do que os homens. Transportando esta conclusão para as escolas e universidades, observar-se-á que as raparigas se dedicam mais ao estudo e são mais persistentes. A respeito de resultados idênticos no Brasil, a discussão com alunos de pós-graduação da UFSC, Santa Catarina, no dia de ontem, surgiu normalmente, tendo sido avançadas três possíveis motivos para que isso aconteça: 1) as raparigas, no momento crucial do ensino secundário, estão numa outra fase de maturidade, que lhes confere dedicação e persistência; 2) as raparigas são mais obedientes e subjugam-se mais facilmente à cultura escolar (e este argumento foi proposto por uma mulher); 3) as raparigas, face ao mundo competitivo e masculino, interiorizam mais a necessidade de obter bons resultados, de modo a conquistarem a autonomia pessoal e financeira.

julho 01, 2007

Coura é amor

Coura é amor... (por favor, leia)...