julho 17, 2007

Discriminação positiva

As universidades públicas brasileiras têm vindo a adoptar, nos últimos anos, o sistema de quotas, de modo a tornar mais igual o acesso ao ensino superior. Sendo a entrada na universidade determinada por um exame (o vestibular), os alunos oriundos do ensino secundário privado obtêm, regra geral, melhores resultados, cavando a grande contradição: os alunos da escola secundária privada vão para a universidade pública; os da escola secundária pública acedem à universidade privada.
A Universidade Federal de Santa Catarina também entrou no sistema de quotas, assim distribuídas: 20% de vagas para alunos do ensino público; 5% de vagas para alunos afro-ascendentes (negros e pardos); 5 vagas para alunos de origem indígena.
Os comentários que tenho lido são mistos: para uns, aumenta a discriminação, para outros, é um mecanismo mínimo de correcção.
De facto, é necessário olhar para a realidade educacional de um país e verificar quanto as desigualdades entre público e privado são notórias. Em cursos de certas universidades há décadas que não entra qualquer aluno do ensino secundário público, deixando-se que o poder de compra determine o acesso às profissões. Por isso, qualquer decisão para inverter esta tendência só pode ser elogiada.