maio 29, 2008

O estudo elaborado por Alfredo Bruto da Costa sobre a pobreza em Portugal revela uma das maiores debilidades do sistema político português. A direita sempre disse, e continuará a dizer, que a pobreza é estrutural e que as pessoas são pobres porque é a fatalidade de serem pobres, como se fossem os primeiros e únicos responsáveis por essa desgraça social; por sua vez, a esquerda acentua, como o fará sempre, que muita coisa já foi realizada e que os pobres já beneficiam de apoios sociais significativos.
Nesta lengalenga de ideia políticas, o problema persiste e todos sacodem a água do respectivo capote. O problema parece ser somente dos pobres e com esta pobreza se entristece a política.
Comentando o estudo Um olhar sobre a pobreza, em entrevista dada ao PÚBLICO, a 23 de Maio de 2008, Alfredo Bruto da Costa diz o seguinte, em resposta à questão de como romper com o círculo vicioso da pobreza:
"Uma das respostas é que o sistema educativo tem que ter condições de acesso e sucesso das crianças provenientes dos meios pobres. O sistema educativo está desenhado à imagem da família média e média alta: métodos pedagógicos, conteúdos, o apoio que a criança pode ter em casa...".
Pelo menos, nesta entrevista já se identificou um dos factores que mais contribuem para a pobreza: o sistema educativo.