maio 19, 2008

Acordo ortográfico

Concordo com o acordo ortográfico, ratificado pelo parlamento português na semana passada, mas não sou perentório quando à sua missão salvadora da língua portuguesa.
Esta semi-indecisão, dentro de uma vasta semiconvicção, resulta de pretender ser pragmático na escrita da língua, ainda que a uniformização total é algo que me preocupa neste mundo cada vez mais igual. Há outras línguas mais influentes que têm diversas variantes e não é por isso que deixam de ser batizadas como essenciais.
Nos textos que se escrevem em Português, e por mais acordo que seja aprovado, há de existir sempre a diferença. Para lá da ortografia, há uma diversidade de palavras para a mesma realidade e a estrutura frásica de quem escreve (em Portgual, no Brasil, em Timor, em Cabo Verde, em S. Tomé e Príncipe, na Guiné ou em Moçambique) é bem diferente. E sobre estes dois aspetos não é possível gizar-se qualquer acordo.
Por isso, tal como tem sido feito, quando publicar um livro com autores portugueses e brasileiros, manter-se-á esta designação: "Texto escrito em português do Brasil (ou de Portugal) , com a manutenção da estrutura frásica respetiva"

(a negrito, as palavras com nova ortografia)