Voltei a sentar-me nos bancos da escola primária, agora baptizada com o nome de 1º ciclo do ensino básico. Por mais pequeninas que sejam as cadeiras, consegui ficar à altura dos alunos e falar com eles sobre a escola que têm e sobre as actividades que realizam.
Sentem-se muito bem na escola e gostam desse seu mundo feito de exigências, de brincadeiras e de tudo o mais que as traquinices poderão deixar antever.
A sala de aula dos pequenotes é uma outra realidade: fichas de apoio, imagens, desenhos, mapas, jogos computadores, Internet ... sei lá o que mais dizer sobre as imensas e interessantes actividades que são usadas como recursos da aprendizagem.
Mas os pais querem mais: não gostam de uma escola isolada, pretendem que os seus educandos tenham todas as condições pedagógicas e exigem melhores instalações. Não acreditam jamais na escola de um professor, na sala da escrita e dos números, pois sentem que os tempos são outros e que o mundo deixou de caber num só manual.
Por mais estranho que pareça, os pais não estão presos à terriola da escola e lutam pelos centros escolares do 1º ciclo.
Lembrei-me, neste quadro, da situação de Paredes de Coura, um dos concelhos que promoveram com sucesso a concentração de escolas do 1º ciclo do ensino básico. Recordemos-nos dos medos iniciais e, sobretudo, da politização do caso. Seria a hora de balanços e, mais ainda, de admitir como é que os partidos são movidos mais por interesses meramente pessoais do que por ideias com futuro.
Mas os partidos políticos não gostam, nunca, dos seus passados, pois existem em função da promessa, a concretizar no futuro.