janeiro 06, 2008

2008

2008 começou sob o signo do conflito.
Do conflito, tácito, entre as leituras do Presidente da República, que cheiram a reprimendas, e as certezas do Primeiro-ministro, gozando, ainda, a euforia da presidência da União Europeia.
Trata-se de um conflito em torno da educação (qualidade da formação e estatuto do aluno são, talvez, os pontos críticos), da justiça (soprada por ventos ineficazes) e da economia (a propósito dos salários mais elevados).
Todas as chamadas de atenção são úteis e sensatas, sobretudo quando a maioria parece dispensar as análises críticas. Mas como é possível que o Presidente da República se esqueça dos seus dez anos de governação?
Do conflito, explícito, entre os fumadores.
A lei do antibagismo está a ser aplicada desde o dia 1 de Janeiro. Como não fumador, e por opção, aplaudo por inteiro a medida. Sinto que tenho o direito a não fumar activamente o meu cigarro e o cigarro dos outros, de forma passiva.
No entanto, é deprimente ler os textos virulentos, totalmente despidos de razoabilidade, de pessoas como Vasco Pulido Valente, Miguel Sousa Tavares e António Barreto, quer no "Expresso", quer no "Público".
Perante estes textos ferozes, com comentários políticos despropositados, que fazer?
Decerto, fortalecer ainda mais a lei, e desse modo talvez se calem ou, pelo menos, possam aprender que o direito de fumar implica o direito de não fumar.