março 20, 2011

À conversa com... António Pereira Júnior Presidente da Câmara Municipal de Paredes de Coura

In newsletter do IE, nº 5, 18 de março de 2011

Encontro realizado no Instituto de Educação (IE), Universidade do Minho UM), no dia 10 de Março 2011, com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Paredes de Coura, do Presidente do Instituto de Educação, Prof Doutor Leandro Almeida, com o objectivo de identificar áreas de cooperação entre o Instituto de Educação da UM e a Câmara Municipal de de Paredes de Coura, no âmbito de um protocolo entre esta Autarquia e a Universidade do Minho.


Atendendo à crescente atribuição de competências às Autarquias Locais na área da Educação, como vê o contributo do Instituto de Educação para a sua Autarquia?

É finalmente a concretização de um desejo, com muitos anos, de trazer para Paredes de Coura um apoio cada vez mais forte na área da Educação. Nos muitos anos que levo na vereação e presidência da Câmara Municipal de Paredes de Coura foi sempre minha preocupação a Educação e a Cultura enquanto pontos importantes do desenvolvimento do nosso Concelho. Porque somos uma terra do interior, com grandes dificuldades nas acessibilidades, temos que fazer um esforço maior para conseguirmos ombrear com a região e com os concelhos envolventes. Enquanto membro e Presidente do executivo do município de Paredes de Coura, a área da educação, da cultura e do desporto sempre estiveram nas minhas preocupações.
Reparando há muitos anos nas nossas escolas, temos 21 Freguesias e em cada Freguesia tínhamos uma escola, em algumas situações com 2 salas, ou seja tínhamos 27 salas para uma população de 1500 alunos. Reparávamos, também, que de ano a ano, o número de alunos ia diminuindo nas escolas. Quando nos apercebemos tínhamos muito menos de 1000 alunos e as condições que tínhamos nos edifícios escolares eram extremamente precárias, apesar do esforço financeiro que a Câmara fazia para conseguir dotar esses edifícios de algum conforto e de condições para que professores e alunos pudessem desenvolver as suas actividades. Neste contexto organizamos umas jornadas para discutirmos o problema escolar do nosso concelho, tentando arranjar um caminho que fosse seguro para que as nossas crianças pudessem ter as mesmas condições e os mesmos objectivos das outras crianças do país.

Dessa organização fez parte o Professor Fernando Ilídio, do Instituto de Educação da Universidade do Minho, que desenvolveu uma investigação sobre esta temática discutindo o Parque Escolar de Paredes de Coura e as condições educativas do concelho, envolvendo os decisores políticos e as comissões de pais. Concluiu-se, na altura, que nós teríamos de concentrar os alunos em dois edifícios escolares, estrategicamente localizados no concelho, para acudir a toda a população. Nessa matéria, de reorganização do parque escolar, fomos pioneiros, enquanto isso não era ainda desígnio nacional.

Quando o governo decidiu avançar, já a nossa Escola, o Centro Escolar, estava construído. Nesse momento, constatamos que já só tínhamos cerca de 300 alunos em todo o concelho e decidimos tomar a decisão de construir apenas uma escola na sede do concelho. Fomos pioneiros na concentração de escolas a nível do país, sem ajuda quer do governo ou de outras entidades, e arrancamos com esse projecto que foi muito discutido e participado.
Mais do que isso, aliás mesmo antes das escolas estarem concentradas, procuramos dar aos nossos alunos, facilidades na área das Novas Tecnologias, por exemplo colocando telefone e computadores em todas as escolas. Por vezes com alguma resistência por parte dos professores porque não estavam familiarizados com as Novas Tecnologias, mas a verdade é que conseguimos dar formação aos professores e convencê-los de que esse sector também era da sua responsabilidade e avançamos.
Daí que a nossa preocupação de conseguirmos parcerias para levar ao nosso concelho o conhecimento científico mais avançado fosse de há muitos anos. Tentamos através da Universidade do Minho numa primeira oportunidade mas não obtivemos recepção às nossas intenções, depois com o Instituto Politécnico de Viana do Castelo. Certo que nunca desistimos apesar das situações desfavoráveis. Agora que a Universidade do Minho decidiu atender-nos, estamos extremamente felizes e excitados com esta parceria, esperando que o Instituto de Educação ajude o desenvolvimento da educação no nosso concelho, um concelho muito pobre e rural. Lembro que só os ricos do concelho tinham possibilidade de sair para fora para estudarem em Braga, Coimbra ou Porto. Finalmente agora temos mais gente na Universidade. Esta parceria com a Universidade do Minho e com o Instituto de Educação permite levar até Paredes de Coura a oportunidade de, sem terem de sair de Paredes de Coura, as pessoas poderem formar-se e desenvolver o seu conhecimento.


Em que áreas ou projectos essa parceria pode ser realizada?

Os projectos estão a ser estudados por um grupo de pessoas que são funcionários da Câmara e por colaboradores do Instituto. A partir da reunião que ocorreu hoje existe a necessidade de se criarem projectos que tenham a ver com o empreendedorismo social e com a formação contínua de professores no nosso concelho de Paredes de Coura. Como disse anteriormente, nós somos um concelho rural e pobre, que viveu sempre da agricultura e que precisa de ter imaginação e empreendedorismo. Os agentes em Paredes de Coura não têm conseguido puxar para o concelho grandes industriais para podermos empregar os nossos jovens, e daí que a sua população tem envelhecido assustadoramente. Somos talvez o segundo concelho do país com a média de idades mais avançada.

Este primeiro projecto de empreendedorismo social vai abrir condições para que possamos cuidar com mais qualidade da nossa população, apesar de todo o esforço que temos empreendido ao longo dos tempos. Os jovens que temos no concelho são poucos, nas escolas temos menos de 1000 jovens em todos os níveis de ensino, básico, secundário e profissional, mas temos de segurar estes. A vida no concelho não é fácil, e por isso temos de ajudar estes jovens para que se desenvolvam e sejam capazes de criarem o seu emprego. Estes jovens já não se revêem na economia do sector primário, a dos seus avós.

Por outro lado, queremos também criar as melhores condições no concelho para valer aos idosos que lá estão. Apesar da qualidade de vida existir e ser muito agradável viver em Paredes de Coura, a maneira como se passa o tempo não preenche todas as expectativas. Com a parceria do Instituto de Educação da Universidade do Minho, estou convencido que vamos encontrar soluções para atingir os nossos objectivos e desejos.


Quais são as linhas de acção desta parceria e cooperação com o Instituto de Educação?

As linhas de acção têm de ser definidas através destas reuniões preliminares que estamos a fazer, para criarmos um fio condutor do que vai ser esta parceria na área da educação, formação e desenvolvimento social. Estamos a começar as nossas conversas, o projecto está a ficar definido. Depois há que dar forma ao projecto, pensar as prioridades e definir os passos a serem dados. Estou convencido que está tudo bem encaminhado, o empenho de todos os elementos do Instituto e dos agentes de Paredes de Coura, permite-nos afirmar uma grande satisfação nesta parceria. Estou convencido que este projecto vai ter pernas para andar de forma simples e eficiente. Da nossa parte é possível contar com o nosso valor, com o conhecimento que temos da nossa terra e das nossas necessidades. Estamos todos empenhados em obter os melhores resultados desta parceria

março 08, 2011

Pôr-do-sol em flor...


Planalto do Côa (Almendra). Amendoeira em flor (II)


Planalto do Côa (Almendra). Amendoeira em flor.


Douro em flor....


Gravuras rupestres do Côa: Passado e futuro ...

Ao longe, do lado esquerdo, os preparativos barragem esventrados na montanha. Do lado direiro, o museu em diálogo com os rios Côa e Douro.

Museu do Côa: uma fenda no espaço cultural


Fortaleza...descanso calmo...


D.Pedro II: Mais do que imperador...


Fortaleza (Mercado central)


Redenção (Fortaleza)


Redenção: Praça da liberdade. A primeira localidade a abolir a escravatura no Brasil. Sede do Campus da UNILAB.

Um grupo de dizedores de poesia em lingua portuguesa


Verso de Boca

Praia do futuro (Fortaleza)... uma praia que espera...


UNILAB... o futuro da cooperação em língua portuguesa


Uma universidade em construção... UNILAB


Sorridos cearenses

Não, não é uma prisão, apenas sorrisos de crianças do Ceará, no recreio de uma escola.

Maciço de Batourité...


Quem fala em Fortaleza, fala em praias. No entanto, há o interior do Estado do Ceará, tão verde e tão agradavel com as chuvas de verão...