novembro 20, 2010

Novas Oportunidades...

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novembro 19, 2010

Subsídios para a História de Paredes de Coura

No nosso vizinho concelho de Paredes de Coura, por iniciativa do nosso estimado amigo Snrº. Senador Narciso Alves da Cunha, reuniram-se, há dias [possivelmete em 1911] naquela ridente localidade, muitos republicanos históricos e outros democratas de incontestável valor político, amigos da República, e por proposta de S. Ex.ª, abraçada com caloroso entusiasmo, foi resolvido fundar ali um centro democrático sob a designação de “Centro Republicano Português Afonso Costa”.
Aplaudimos, incondicionalmente, mais este valoroso serviço prestado pelo ilustre Senador Alves da Cunha à República e ao seu concelho, assim como felicitamos este pela orientação política que toma, pois o partido democrático é, pelas suas ideias, pelo valor intelectual dos seus dirigentes, e até pelo seu esforço combativo, a mais valiosa garantia das novas instituições.
Depois, a autoridade moral, o carácter, o prestígio do nosso estimado amigo Dr. Narciso Alves da Cunha é penhor e segura garantia de que a nova colectividade política, em via de organização, não só há-de traduzir, praticamente, o espírito democrata e desempoeirado do seu fundador, mas estamos certos de que há-de agremiar os melhores e mais dedicados amigos daquela florescente localidade.
O senador Alves da Cunha é, incontestavelmente, um sincero e dedicado regionalista, como bem demonstrou na última sessão legislativa, defendendo, calorosamente, interesses e melhoramentos vitais para o nosso distrito. É de esperar, pois, que vote ao novo centro todo o seu carinho, procurando fazer valer, com a sua costumada solicitude, junto dos poderes públicos e nas altas regiões do Estado, as pretensões, que lhe forem recomendadas por aquela agremiação.
Sabemos que, para pôr em prática, o novo Centro foi nomeada uma grande comissão de republicanos históricos e doutros elementos muito valiosos, a qual deu, imediatamente, começo aos seus trabalhos, organizando comissões paroquiais, compostas de indivíduos reconhecidamente dedicados à República.
Felicitamos, por isso, o bom povo de Paredes de Coura, o qual continuará a ter quem, politicamente, o dirija e sinceramente se interesse pelo seu progresso e desenvolvimento.
E seja-nos permitido, neste momento, lembrar ao concelho de Valença que, talvez, não perdesse o seu tempo em fazer uma demarche até junto daquele homem público, pois é bem sabido que ele tem, entre nós, amigos sinceros e que vota á nossa terra especial afeição.
O seu tacto político, as suas relações políticas e pessoais, a estima que por ele tem elementos preponderantes na Republica justificam a nossa lembrança.
Valença, pode dizer-se, não tem tido quem, ostensivamente, se tenha interessado por ela, nos últimos tempos; e, contudo, tem pendentes de resolução superior assuntos de incontestável importância, que por bem sabidos, nos abstemos de enumerar.
Não se convença ninguém de que estamos em tempos de colher o maná sem esforço, sem trabalho; e por isso organizar as nossas forças sob o patronato do Snrº. Dr. Narciso, tão conhecido nosso, será o meio mais eficaz para dar coesão e vitalidade às forças de que Valença pode dispor.

novembro 04, 2010

Da saúde que não existe....

Em reunião da Comunidade Intermunicipal do Minho e Lima, realizada em finais de Outubro de 2010, foi apresentada um documento de trabalho que contém o Relatório da Comissão de Acompanhamento das questões da saúde da CIM- Alto Minho (nos dez concelhos).
Tendo sido elaborado por um grupo pluripartidário, o documento é fortemente crítico da realidade que se vive nalguns concelhos, com destaque para o de Paredes de Coura.
Ainda que os dados solicitados ao Ministério da Saúde e demais órgãos não tivessem sido entregues, o que revela bem a falta de transparência da Administração central, os autores do documento centraram-se no encerramento de alguns centros de saúde, dando mais atenção ao de Valença.
Não querendo entrar no bairrismo entre Valença e Monção, que é bem visível quer no texto escrito, quer nas discussões travadas na sessão, apenas me interessa destacar, nesta crónica, o que é dito sobre Paredes de Coura, resumindo-se a um simples parágrafo, assim transcrito:
“Não é cumprido o protocolado entre o Ministério da Saúde e os Municípios. Não se compreende como o concelho de Paredes de Coura ainda não recebeu a ambulância SIV a que tem direito, sendo esse serviço colmatado pelo SIV de Ponte de Lima, obrigando a que os dois concelhos fiquem fortemente prejudicados”.
Descodificando a linguagem da frase, uma ambulância SIV significa “ Suporte Imediato de Vida”, assegurado por um enfermeiro e um técnico de ambulância de emergência, e a sua circulação pelas estradas do concelho serviria para compensar o fim do atendimento médico no centro de saúde.
Como o centro de saúde de Paredes de Coura fechou no horário nocturno, inicialmente das 20h às 8h e actualmente das 22h às 8h, a presença da ambulância SIV deveria, à partida, estar assegurada, o que realmente não está a acontecer por falta de cumprimento manifesto do Ministério da Saúde (dever-se-ia escrever de acordo com a confiança que depositamos nos organismos.
Quer dizer: já não se pode confiar nas instituições públicas, pois algumas delas, incluindo algumas do Ministério da Saúde, não cumprem o que acordam com as câmaras municipais, sentindo-se estas reféns de um poder político que desrespeita um dos direitos básicos assegurados aos portugueses pelo Estado, de acordo com o tem sido definido ser o Estado-providência ou o Estado-social.
O que foi afirmado pelos autores do documento é que Paredes de Coura se encontra num estado de fragilização em termos de saúde, no horário das 22h às 8h, o que não é realmente animador para todos quantos vivem permanentemente no concelho ou que nele se encontram pontualmente. Foi protocolado que a dita ambulância estaria em Paredes de Coura e daria resposta às necessidades de saúde, mas tal não acontece, infelizmente. Para mal de todos os que se encontram em Paredes de Coura ou em Ponte de Lima.
E para quando a palavra de alguns responsáveis públicos será uma palavra de verdade e não de mentira?