dezembro 20, 2008

Minho-Lima em comunidade.

Num mês de Inverno, com águas abundantes, os rios Minho e Lima emprestam os seus nomes à Comunidade Intermunicipal, que oficialmente terá a sua primeira reunião no dia 22 de Dezembro, na cidade de Viana do Castelo.
Apesar da falta de unanimidade distrital, a Comunidade consegue colocar à volta da mesa, pois as migalhas orçamentais são significativas, autarcas do PS e do PSD, reunidos no mesmo propósito de aceder a verbas que jamais poderiam ter se permanecessem divididos.
Porém, e no interesse do distrito de Viana, com índices a nível nacional bastante enfraquecidos, deseja-se que esta comunidade não tenha uma simples existência financeira e que seja capaz de ter um visão de futuro.
Resta esperar para ver.

dezembro 09, 2008

Ouro Preto (Centro)

Património Mundial desde 1980, Ouro Preto tem conhecido algumas ameaças de desclassificação. Para quem a visita por um dia, ainda que seja difícil partir sem ter observado e entranhado a tão vasta e esplendorosa monumentalidade, que começa na rua e termina nos museus e igrejas, nada parece difícil.
No entanto, quem lá vive e circula diariamente não deve achar graça nenhuma à obrigatoriedade de se manter a traça original das ruas, infernizando-se ainda mais o sobe e desce constante. O meu guia "taxista" não se cansou de dizer, com enfado: " Aqui, não vivia, não".

dezembro 02, 2008

novembro 29, 2008

Montanhas de ouro escravo



Toda a colonização foi um processo de exploração contínua em nome dos valores mais universais de justiça e mais sagrados no respeito pelo divino. Assim queria Deus, assim faziam os homens, seus humildes serventes.
Esta imagem mais se nos torna clara quando estamos perante a realidade da colonização portuguesa no Brasil, sobretudo em Minas Gerais, no triângulo do Barroco, ou seja, S. João del Rei, Tiradentes e Ouro Preto.
Depois de ter visitado as duas primeiras cidades, tive a oportunidade de presenciar a imponência e riqueza de Ouro Preto (primeiramente, chamada Vila Rica), a que prefiro chamar as montanhas de ouro escravo, não só pela localização encravada em redor de montanhas, como se de um fundo da terra saísse a salvação das pessoas, bem como pelo trabalho escravo e negro tão fundamental na exploração do ouro.
Ouro Preto, classificada como património da Humanidade, pela UNESCO, é acima de tudo a memória viva da obra gigantesca das pessoas, só possível em tempos de imensa abundância e
de intenso fervor mítico.
Cada Igreja da cidade é um local de remissão de pecados, como se as obras do
Aleijadinho, e de tantos outros escultores, fossem a salvação para os duros e terríveis males do modo de viver dos nobres e clérigos.
Apesar dos rios de chuva que enfrentei, em Novembro de 2008, Ouro Preto é um local para visitar e para ficar uns dias e, se possível, pois a vida do passado só pode ser compreendida se dispusermos de tempo suficiente no presente, sem pressas e sem horários.
Infelizmente, só dispus de uma manhã para estar em Ouro Preto e muitas das igrejas que pretendia visitar encontravam-se fechadas. É uma outra forma de não promover o turismo.



novembro 27, 2008

A minha lousa...

Ultimamente, tenho entrado em muitas salas de aula da escola do 1º ciclo do ensino básico. As salas que agora presencio alteraram o visual, há desenhos por todo o lado, dispersam-se materiais pelas mesas, desapareceram as imagens relativas ao Estado Novo - Deus, Pátria e Família, por exemplo, quem não se recorda desta frase e da imagem de felicidade de uma lar rural? - e foi apeada a figura triste e sisuda de Salazar.

Todavia, o núcleo da sala de aula não sofreu alterações significativas. Permanece o quadro negro, monitor do conhecimento escrito, mesmo puído pelo som estridente do giz branco em conflito permanente com os dedos frágeis, e em muitas salas, sobretudo nas mais antigas, continua a figura cimeira do Cristo crucificado, lembrando que a aprendizagem também é sofrimento.

A minha lousa de xisto, onde comecei a escrever as primeiras letras e a fazer as primeiras contas, já não existe. Deixou de ter lugar. E como gostava dela, de limpar as letras e números com os punhos da camisola, transportando-a para a escola todos os dias. Jamais imaginara que a recordaria mais tarde, dedicando-lhe algumas palavras, que ela me ensinou a organizar.

A minha lousa partiu-se e no seu lugar surgiu o computador. Lenta e entusiasticamente, a lousa de todos nós, de um passado ainda recente, converteu-se no “Magalhães”, esse computador que promete revolucionar a escola.

Nunca dera um nome à minha lousa, se fosse hoje talvez lhe chamasse “Bartolomeu”, esse navegador algo esquecido que nos deixou o legado da aventura, ensinando-nos como é possível transformar a escola das tormentas numa escola de boa esperança (A propósito, e para quem gosta de embarcar nos descobrimentos portugueses, metendo-se por esse mar dentro na caravela da literatura, sugiro a leitura do livro “O Navegador da Passagem”, de Deana Barroqueiro).

Entre o “Bartolomeu” [Dias] de ontem e o [Fernão de] “Magalhães” de hoje, existe em comum a descoberta em direcção ao desconhecido. Essa é a grande aventura da escola. A sala pouco se alterou, parece-me que continua a ser um espaço muito pobre ao nível de um ambiente escolar, não estando a solução miraculosa num computador, ainda que se deva reconhecer que os alunos de hoje navegam noutros mundos do conhecimento, nos quais podem entrar se aprenderem o que é básico numa escola dos primeiros anos de escolaridade.

Mesmo assim, a lousa não é diferente do computador, pois foi o registo permanente das minhas dúvidas e do meu imaginário. A energia da lousa estava nos alunos, talvez tenha sido essa a grande lição de um recurso tosco, escuro e inconcebível para os alunos das escolas de hoje, tão ligados aos computadores.

novembro 08, 2008

Depois de 8 de Março, o dia 8 de Novembro.

Mais uma vez os professores concentraram-se em Lisboa numa manifestação contra as políticas educativas, mas sobretudo contra o modelo de avaliação.
A 8 de Março começou o protesto, a 8 de Novembro continuou, com mais professores, e no futuro serão ainda mais.
Perante tantas evidências de que muita coisa está a correr mal neste complexo processo de avaliação do desempenho docente, a ministra da educação continua a não querer ver o que está à frente dos seus olhos: os professores não estão instrumentalizados pelos sindicatos, apenas se revoltam contra o que é o seu dia-a-dia de burocracia administrativa.
Já é tempo de mudar, mas mudar para melhor, reconhecendo-se que foram cometidos erros que é preciso corrigir.
E neste caso é preciso saber ler nua e cruamente o que se passou nas duas manifestações nacionais, deixando-se para trás posições inultrapassáveis, pois a educação dos nossos filhos não se compadece com questões políticas enquistadas, nem tão pouco com horizontes eleitorais.




novembro 07, 2008

CIM Alto Minho

Acaba de ser criada a Comunidade Intermunicipal do Minho Lima. Os seus progenitores são 9 concelhos do Alto Minho, ficando de fora o de Viana do Castelo.
A imprensa tem relatado as diversas peripécias deste caso, sobretudo as birras políticas de um presidente de câmara que manifesta não só miopia política, fazendo do seu concelho e das suas freguesias o umbigo para o qual olha permanentemente, bem como falta de solidariedade para com os restantes concelhos.
Paredes de Coura, ou quem diz, Cerveira, Monção, Melgaço, Ponte da Barca, fica possivelmente no deserto ou num recanto de Espanha.
O argumento utilizado pelo autarca de Viana resume-se à questão da proporcionalidade dos lugares para os órgãos da comunidade. Numa palavra: não quer partilhar decisões, quer impor a vontade centralista da capital distrital. Pobre argumento este num tempo em que é necessário dar as mãos e olhar em frente, deixando-se para trás os pormenores locais e regionais!
Vamos esperar pelo referendo que se avizinha, mas logo começou com uma derrota pelo Tribunal Constitucional que rejeitou a pergunta escolhida.

outubro 26, 2008

Por este Portugal dentro...(5)

Castelo Rodrigo: interior.

Por este Portugal dentro...(6)

Castelo Rodrigo: exterior.

Por este Portugal dentro...(4)

Castelo Rodrigo: entrada.

Por este Portugal dentro...(3)

Figueira de Castelo Rodrigo

Por este Portugal dentro... (2)

Mata de Lobos, uma freguesia nas arribas do Douro e no planalto do Côa.

Por este Portugal dentro...

Castelo Rodrigo... ao fundo, Mata de Lobos.

outubro 19, 2008

Nulidades

O nulo entre Portugal e Albânia está dentro das nulidades desportivas, dito de outro modo: das nulidades de Carlos Queiróz.
Não é preciso ser especialista de nada, nem tão pouco recorrer ao chavão do treinador-de-bancada, para entender, nua e cruamente, que Portugal não tem treinador à altura.
Para quem esteve no campo Municipal de Braga, e não alinho em publicidade, claramente viu que era possível ultrapassar a fraca selecção albanesa, mas só o ainda treinador-seleccionador é que não viu isso mesmo.
Por mim, deixei de acreditar.

outubro 16, 2008

Porque partem?

Neste reino de incertezas, depois de uma leve (e breve, pois o sistema renascerá ainda mais forte) derrocada do sistema capitalista, a que muitos chamam neste momento neoliberal, a precisar da ajuda explícita e visível do Estado, há uma grande insatisfação junto dos professores portugueses.
Vivendo momentos de anormalidade burocrática, educadores e professores dos ensinos básico e secundário estão à beira de uma crise de nervos, não disfarçando a sua desilusão e o seu desinvestimento pessoal e profissional.
Por isso, muitos deitam a toalha ao chão e pedem antecipadamente a reforma.
É sobre isto mesmo que João Gobern, um jornalista acutilante no verbo, diz nesta
crónica radiofónica, que um amigo meu fez o favor de me enviar.

setembro 20, 2008

Do lado da minha terra


Não o rio da minha terra, porque esse é festivaleiro, sendo muito conhecido pela lado da música que o tem colocado no topo internacional,mas a Igreja da minha terra,de gratas memórias.

setembro 15, 2008

Balanço em educação

O Jornal Expresso publicou na sua última edição, de 13 de Setembro de 2008, um balanço sobre os 4 anos de governação socialista em matéria de educação.
Em resposta ao convite, aqui fica o que escrevi.

Passageiros do tempo.


Das férias ficam imagens fugazes e inscritas no imaginário do tempo ao qual nos foi dado pertencer.
De um tempo que se desenha na areia movediça, fazendo com que sejamos apenas passageiros.

setembro 08, 2008

Rio... sempre Rio (2).

Para quem tem a liberdade de viajar sem integrar os cansativos grupos, um amigo meu francês chamava-lhes a brigada do reumático, e se tiver uma manhã disponível no Rio de Janeiro, aconselho o seguinte percurso:
Siga da Avenida atlântica, um dos melhores locais para ficar no Rio, para o centro da cidade através de metro (ô). Ainda é o melhor transporte porque barato e super-seguro, o que pode ser contraditório nesta cidade tão periclitante. Para chegar à estação Cantagalo, siga pela Rua Miguel Lemos, e de lá deixe o metro na estação Carioca.
Neste largo aproveite para visitar o mosteiro de Santo António, logo ali ao lado.
Terminada a visita, caminhe pela Avenida Uruguaiana e logo seja envolvido pelo movimento frenético das ruas, plenas de lojas de comércio, de vendedores de rua e de andarilhos de publicidade. Depois de alguns minutos, siga pela Rua Ouvidor e entre na Confeitaria Colombo, na rua Gonçalves Dias. Se não almoçar, pelo menos um café e o irresistível bolo são obrigatórios.
Daí siga para a Avenida Rio Branco, e daí para Avenida Presidente Vargas.
Respire fundo: chegou à Candelária, uma igreja de má memória para a consciência de todos nós, devido à chacina dos meninos-de-rua.
Entre de seguida no Centro Cultural Banco do Brasil e demore-se na visita a exposições, sempre gratuitas.
Saia do edifício pela porta lateral, e entre na rua 1 de Março, que o leva ao Largo do Paço, à Igreja do Carmo e ao Palácio Tiradentes.
Se estiver cansado, entre na Livraria do Largo do Paço, procure um livro na estante e beba relaxadamente uma garrafa de água.
Retorne pela Rua do Ouvidor, que conflui com a Avenida Rio Branco, e siga até à Praça Tiradentes. Aí procure que logo ao lado encontra-se nada menos, na rua Camões, o Gabinete Real de Leitura, uma biblioteca que é a verdadeira obra-prima da cultura portuguesa em terras brasileiras.
Regresse a Copacabana de metro a partir da estação Uruguaiana.
Garanto que gostará imenso deste passeio mas desde que tome todas as devidas precauções: use muito pouco a máquina fotográfica (ou não a use), evite acessórios e esteja atento.

agosto 28, 2008

Rio... sempre Rio (1).

Depois de um dia intenso em Petrópolis, com saída e chegada ao Rio de Janeiro no espaço de doze horas, mergulhada numa neblina fria e numa humidade permanente, regresso ao calor de Copacabana, sempre ímpar na sua pose de postal turístico, já depois da noite ter caído, e bem cedo, como é hábito por estas paragens.
Para compensar o dia cansativo nada melhor que apanhar um táxi (e no Rio os táxis estão à distância do levantamento de um braço, dada o número exagerado de "amarelinhos" que inundam a cidade) para Ipanema, onde me encontro com dois bons e velhos amigos brasileiros.
Alessandro E Frederico, como podia ser o Salitre, ou o Artegiano, é um local sereno, calmo e propício para comer alguma coisa, num estilo gastronómico muito francês, e dedilhar conversas agradáveis.
Mais ao lado estão os bares ou os "Chopes" repletos de estórias, com destaque para o da Garota de Ipanema, cada vez mais virado para o turismo. O bar Garota de Copacabana, nas traseiras da Avenida Atlântica, é uma fraca imitação.
E a noite ainda termina com um café em Leblon, um bairro que nos faz sentir numa qualquer cidade europeia de primeira grandeza.

agosto 25, 2008

Eleições municipais

Já cheira a eleições em Portugal e certamente já muitos se esqueceram das promessas e dos desempenhos dos eleitos em quem votaram.
Pois, bem, as eleições municipais estão presentes no quotidiano dos brasileiros.
Ao percorrer as ruas de Copacabana sinto-me brasileiro porque os distribuidores de propaganda lá me vão entregando o miraculoso papel, pensando que em Outubro devo votar nos seus candidatos. E se votasse não só escolheria o presidente da prefeitura, bem como os vereadores em listas separadas.
Mas esta reforma ficou pelo caminho em Portugal.
Dentro da imaginação tropical, as eleições no Brasil são uma festa de propaganda de rua.
Tudo serve para propagandear e tudo serve para duelar.
E como me sinto bem a receber a propaganda, desse modo não sou considerado turista, diariamente vou registando os discursos dos candidatos, mesmo sabendo que muitos deles têm problemas sérios com a justiça, pelo menos segundo a acusação dos jornais.

agosto 18, 2008

agosto 17, 2008

Tarrafal... o horrível

Para quem ouviu falar do Tarrafal lembrar-se-á decerto de uma prisão política agregada ao regime salazarista, de má memória para a democracia. Apesar do semi-abandono actual, apesar do seu desmantelamento nos anos de 195o, apesar de tudo o mais que se possa dizer, trata-se ainda de um local que provoca um mal-estar pessoal e um sofrimento que jamais pode ser esquecido.
A visita a Cabo Verde, para quem se desloca à Praia, na Ilha de Santiago, deve incluir, obrigatoriamente, a visita ao Tarrafal, localidade que mistura o horrível e o belo.

agosto 04, 2008

A escola nas "Quintas das Fontes"

Em tempos de Verão, a leitura de jornais torna-se num acto sacrifical, sobretudo quando impera o escrever sobre nada.
No entanto, há uma excepção: a entrevista de Felix Bolano, inserida no Jornal PÚBLICO, de 20 de Julho, sobre os males da Quinta da Fonte.
Não deixo de transcrever dois parágrafos sobre a inserção dos jovens na escola:

"Perto de 90 por cento dos alunos são de origem africana, até porque nos 2º e 3º ciclos a etnia cigana tem tendência a desistir da escola e temos feito tudo para convencer de que vale a pena continuar. Para isso temos de combinar a educação formal, a que o Ministério nos obriga, e a educação não formal, que tem tanta ou mais importância que seguir os currículos.

O que é a educação não formal?
É transmitir competências sociais tão importantes como saber estar em grupo, conseguir ser diferente do grupo, ser capaz de ser minoritário e respeitar os outros, sabendo que os outros o respeitam, conseguir o de vida, dizer o que se quer ser quando se for adulto. É também saber resolver problemas de relacionamento, saber pedir ajuda, não ter vergonha, no fundo, responder aos problemas de um bairro onde há muitos ilegais que têm medo e não sabem o que fazer. A nossa preocupação é dar-lhes ferramentas para viverem melhor na nossa sociedade".

julho 19, 2008

Mais alterações

Mais alterações pontuais, quase sempre pontuais nos últimos anos, são anunciadas pelo ministério da educação para o ensino básico.
Os resultados justificam os meios, pelo menos na concepção de muitos governantes.
Daí que, em vez de proceder a uma análise profunda do problema que está na base do insucesso dos alunos ( mas isso levará tempo a dar frutos!), a decisão, politicamente justificada pela sobrevivência a curto prazo, consiste em remendar, tal como revela o despacho do ministério da educação .
E de remendo em remendo vai a educação deste país chamado Portugal...

julho 09, 2008

Exames

Os resultados dos exames (1ª fase) no ensino secundário são francamente melhores, de acordo com informação do Ministério da Educação, com excepção do Português.
Que leituras possíveis?
O aumento do tempo para a realização das provas tem incidência nos resultados finais.
Os professores dedicam-se mais à escola.
Os alunos estudam mais.
Os pais apoiam mais os seus educandos.

Tudo isto é possível que tenha influência. No entanto, só um estudo mais profundo, tendo em conta todos estes factores, mas sobretudo a estrutura do exame e sua articulação com os conteúdos leccionados e níveis de exigência, é que pode concluir sobre o que realmente se passou neste ano lectivo.
Por exemplo, a Português é muito mais difícil melhorar os resultados porque as dificuldades do domínio de uma língua são bem profundas.
Não se resolvem com aspectos meramente técnicos.

julho 04, 2008

Pobreza

Ainda passeando pelas ruas centrais de Vancouver, talvez a Robson street seja a mais conhecida e referenciada nos prospectos turísticos, vou registando os pequenos momentos de uma tarde despreocupada e agradável.
Para além das pessoas, embora tenha a sensação de estar a 30% num país asiático, vou reparando nos anúncios publicitários e registando o tipo de comércio que uma rua movimentada pode oferecer.
De repente, deparo-me com placard, bem situado na esquina de duas ruas, que me chama a atenção pela beleza da fotografia, talvez retirada da região de British Columbia. Mas imediatamente começo a ler a frase, que aqui traduzo: "A pobreza não deveria ser uma sentença de vida".
Pois é, não deveria existir uma prisão perpétua para os que estão na pobreza.
E nenhum estudo nos diz isso.
E também nenhum político tem tempo para pensar nisso.

junho 29, 2008

What time is it?

Neste final de Junho, em mais um regresso a Vancouver, deambulo pelas ruas quase desertas de uma manhã de Gastown, um dos locais mais turísticos da cidade.
Não tendo objectivo definido, apenas rever espaços já conhecidos, vou observando as pessoas que circulam, ainda que os "sem abrigo" sejam os que mais me chamam a atenção.
Na esquina de uma rua, sentadas num banco rodeado de floreiras, estão duas pessoas, já entradas na idade, falando para quem passa, possivelmente pedindo alguns restos de moeda para que os dólares canadianos permitam comprar alguma comida de sobrevivência.
Quando passo por elas, oiço uma débil frase, proferida por uma voz feminina, decerto tantas vezes repetida. Antes de a ouvir, já tinha classificado, e como evito responder, mais ainda quando as ruas estão semi-desertas e o local não aconselha conversas, já que começava a pisar o risco da segurança, apenas fiz um gesto com a mão.
Mas depois de ter gesticulado, numa resposta negativa, a frase fica-me no ouvido e grita contra a minha insensibilidade: "What time is it?".
O que ter-me-ia custado responder "ten to twelve"?
Não sei se a resposta desejada seria precisamente para distinguir a manhã da tarde ou se seria para obter mais uma moeda, sobretudo para quem o tempo é medido pela dor intensa de uma necessidade que se chama alimentação.
"Que horas são?", penso que tão cedo me sairá do ouvido.



junho 24, 2008

Facilitismo ... fácil

Todos sabem que Portugal apresenta ainda números exagerados no que diz respeito ao sucesso educativo e abandono escolar. As estatísticas neste aspecto não enganam e não podem ter segundas leituras.
É necessário melhorar. Também todos estão de acordo. Mas por onde começar?
Aqui, as opiniões dividem-se.
E como o mais difícil é corrigir questões estruturais, incluindo o interior das escolas, sobretudo no modo de trabalhar dos professores e alunos, alterem-se os critérios de exigência, ou seja, tornem-se os exames mais fáceis.
De facto, esta é a pior opção para corrigir o problema do insucesso.

maio 29, 2008

O estudo elaborado por Alfredo Bruto da Costa sobre a pobreza em Portugal revela uma das maiores debilidades do sistema político português. A direita sempre disse, e continuará a dizer, que a pobreza é estrutural e que as pessoas são pobres porque é a fatalidade de serem pobres, como se fossem os primeiros e únicos responsáveis por essa desgraça social; por sua vez, a esquerda acentua, como o fará sempre, que muita coisa já foi realizada e que os pobres já beneficiam de apoios sociais significativos.
Nesta lengalenga de ideia políticas, o problema persiste e todos sacodem a água do respectivo capote. O problema parece ser somente dos pobres e com esta pobreza se entristece a política.
Comentando o estudo Um olhar sobre a pobreza, em entrevista dada ao PÚBLICO, a 23 de Maio de 2008, Alfredo Bruto da Costa diz o seguinte, em resposta à questão de como romper com o círculo vicioso da pobreza:
"Uma das respostas é que o sistema educativo tem que ter condições de acesso e sucesso das crianças provenientes dos meios pobres. O sistema educativo está desenhado à imagem da família média e média alta: métodos pedagógicos, conteúdos, o apoio que a criança pode ter em casa...".
Pelo menos, nesta entrevista já se identificou um dos factores que mais contribuem para a pobreza: o sistema educativo.


maio 26, 2008

Marte: tão longe e tão perto!


Primeiras imagens da Phoenix no dia em que chegou a Marte.

maio 19, 2008

Acordo ortográfico

Concordo com o acordo ortográfico, ratificado pelo parlamento português na semana passada, mas não sou perentório quando à sua missão salvadora da língua portuguesa.
Esta semi-indecisão, dentro de uma vasta semiconvicção, resulta de pretender ser pragmático na escrita da língua, ainda que a uniformização total é algo que me preocupa neste mundo cada vez mais igual. Há outras línguas mais influentes que têm diversas variantes e não é por isso que deixam de ser batizadas como essenciais.
Nos textos que se escrevem em Português, e por mais acordo que seja aprovado, há de existir sempre a diferença. Para lá da ortografia, há uma diversidade de palavras para a mesma realidade e a estrutura frásica de quem escreve (em Portgual, no Brasil, em Timor, em Cabo Verde, em S. Tomé e Príncipe, na Guiné ou em Moçambique) é bem diferente. E sobre estes dois aspetos não é possível gizar-se qualquer acordo.
Por isso, tal como tem sido feito, quando publicar um livro com autores portugueses e brasileiros, manter-se-á esta designação: "Texto escrito em português do Brasil (ou de Portugal) , com a manutenção da estrutura frásica respetiva"

(a negrito, as palavras com nova ortografia)

maio 10, 2008

"Chumbar" os alunos na escola?

A escola está sempre no centro de debate, seja por aquilo que faz ou não faz ou seja pelo que ensina ou não ensina.
Uma das polémicas mais recentes diz respeito ao papel da avaliação na escola. Segundo um relatório recente da OCDE - de que a ministra da educação se tornou imediatamente porta-voz - o chumbo dos alunos não traz nada de novo para o sistema, a não ser os encargos financeiros com mais professores e mais despesas, que devem ser multiplicadas pelo menos por 30%.
Todos estamos de acordo com o fim da não progressão, mas desde que os alunos tenham hipóteses de recuperar dentro da escola em função de um apoio educativo efectivo que os ajude a ultrapassar as dificuldades.
Mesmo assim o problema continua, pois não se pode pensar que tais apoios devem existir nas escolas somente à custa do tempo de estabelecimento, integrado nas 35 horas semanais de cada professor. Admitir esta solução, tal como é perfilhada pelo Ministério da Educação, é adiar o problema, admitindo-se que não querer reter os alunos é o mesmo que obrigá-los a passar para que os recursos financeiros não sejam inflacionados.

abril 11, 2008

A Maria Celia Moraes, Universidade Federal de Santa Catarina

“Aqueles que amamos nunca morrem;

apenas partem antes de nós”.


(Amado Nervo, poeta brasileiro)

março 30, 2008

Parlatório em educação

Neste imenso parlatório que é a educação, e sobretudo a escola, todos falam e todos querem ter razão. Não há mais nada que divida tanto as pessoas, como se cada um de nós tivesse a solução miraculosa para o que deve ser feito.
A propósito dos exames, e dos seus resultados, da avaliação dos professores, do estatuto dos alunos, das imagens do YouTube, com as cenas pouco dignificantes de uma sala de aula portuguesa, enfim, a propósito de tudo o mais que uma escola pode albergar, escrevem-se rios de tinto, fazem-se programas televisivos e regressam os iluminados de sempre: os que pensam que o problema da escola reside nos teóricos da educação, naqueles que mais têm investigado os problemas educacionais e naqueles que jamais tiveram a responsabilidade máxima de um ministério da educação.
Os discursos, com a pretensão de seram politicamente correctos, contra a educação e seus profissionais não são mais do que discursos vazios, que se esgotam em ideias e palavras sem sentido, como se a escola dos dias de hoje pudesse ser comparada à escola de ontem, esta elitista, aquela democrática.
Por mais argumentos que se esbocem, há, pelo menos, uma dura realidade que não pode ser colocada de lado: a escola desta década e deste século é uma escola de massas, a sua frequência é um imperativo social e não um desejo privado.
Um exercício simples: quem decide em educação? Não são, decerto, os que investigam e produzem conhecimento em educação, mas os que trazem para a educação os seus modos de olhar os problemas, como se a sociologia, a engenharia e a economia, a matemática, a título de exemplo, fossem os únicos quadros teóricos para responder de forma adequada às questões com que a escola se debate.
Já que não se calam, e já que dispõem de tanto espaço nos media, por que não pô-los a governar?




março 18, 2008

Auto-estrada digital em Paredes de Coura

No seguimento da aprovação pelas Assembleias Municipais dos cinco concelhos do Alto-Minho, a Assembleia da Comunidade Intermunicipal do Vale do Minho, em reunião realizada na segunda semana de Março, aprovou a constituição de um empresa para a instalação e exploração da rede comunitária, ou seja, da rede de fibra óptica. Digamos que é a chegada da auto-estrada do mundo digital a Paredes de Coura. Consegue chegar primeiro que a de asfalto, perdida em projectos, em traçados, em avanços e recuos, enfim, na falta de prioridades políticas, estabelecidas pelo poder central, para os concelhos do Minho interior.
A rede digital permitirá que os courenses tenham acesso a uma série de serviços, de que os utentes de certas urbes já beneficiam, através do que é designado por cabo, incluindo televisão, telefone e Internet. Porém, e nestas coisas de inovações há os que ganham e os que perdem, nem todos os courenses serão beneficiados do mesmo modo, pois a tendência é para que, em primeiro lugar, sejam contactados os habitam zonas com maior densidade populacional. Depois, o mercado falará por si, já que esta empresa se encarrega unicamente de definir o traçado da ligação digital, competindo a outras empresas fazer a ligação final e fornecer o tão miraculoso sinal.
Não restam dúvidas que esta auto-estrada é da maior importância para o concelho de Paredes de Coura, mais ainda quando o mesmo sofre, de forma tão crónica, não só de uma doença territorial, conhecida, mais vulgarmente, pelo nome de interioridade.
Mesmo assim, e lembra-se que o capital social da referida empresa é misto, 49% privado e 51% público, embora o investimento seja mais privado (55%) que público (45%), o PSD local optou pela dúvida, pelo questionamento fútil e pelo cacarejar político.
Olhando para o que se passou na Câmara com os vereadores, que se abstiveram na votação, observa-se que a oposição não consegue estar do lado certo em momentos que são fundamentais para o concelho. Não creio que as suas dúvidas em relação a este projecto sejam as mais adequadas e não creio, de igual modo, que as suas posições correspondam às suas convicções. Estar do lado contrário também é saber quando se pode, e deve, estar do lado certo, votando-se favoravelmente o que é do interesse de todos, por mais divergências que existam.
Mas alguma vez um presidente de Câmara poderia rejeitar esta grande oportunidade, politicamente concertada no plano das actividades da Comunidade Intermunicipal do Vale do Minho?

É evidente que não. Todos os presidentes dos dez concelhos do Alto-Minho, porque a Comunidade Intermunicipal do Vale do Lima também enveredou por idêntica iniciativa, optaram pela auto-estrada digital e decidiram investir em algo que pode fazer a diferença para que a interioridade de que sofrem não seja também a dos info-excluídos.

março 07, 2008

Dignidade dos professores

Um dos meus alunos de mestrado ofereceu-me uma camisola, de cor preta, com estas palavras escritas: "estou de luto pela educação". E disse-me: "não é para usar na manifestação, apenas para a guardar porque relembrará um dia histórico".
O dia histórico é dia 8 de Março de 2008, que ficará como sendo o maior protesto alguma vez realizados pelos professores dos ensinos básico e secundário.
No meio de tantas tempestades políticas, e os ministros pensam que são os deuses sagrados que detêm o poder de semear discórdias, resta a dignidade dos professores, feridos no que mais directamentediz respeito ao seu trabalho diário e silencioso. A avaliação de um professor é algo que não pode ser reduzido a um amontoado de despachos e ofícios como se de um mero funcionário se tratasse. Para além da sua natureza administrativa, o professor detém o valor da sua acção educativa e pedagógica que exige filtros especiais para ser avaliado correcta e sensatamente.
O que falta neste modelo de avaliação é precisamente a sensatez. Se o ministério persistir nesta deriva burocrática de funcionarização dos professores, resta-me, somente, aceitar as críticas daqueles que dizem que o "eduquês" volta ao ser melhor estilo. Mas a ministra, convém dizer, é socióloga na área da sua especialização. A leitura dos clássicos que têm escrito sobre a teoria dos conflitos e sobre a noção de autoridade talvez fosse uma boa saída para todo este gigante e absurdo problema.
Olhando para o que se passa, parece que os professores já leram esses textos, sabendo que há manifestações que representam mais do que um simples protesto.

fevereiro 24, 2008

O erro...

Depois da mudança do ministro da Justiça, o foco de atenção vira-se para a ministra da Educação.
A fragilidade de um ministro aumenta quando as reformas são mais intensas e quando se procura reduzir os intervenientes a meros números para a estatística.
Mudar tem sido a palavra-chave da ministra e a montanha de normativos demonstra-o bem. Em 3 anos ninguém até hoje publicou tanta legislação.
Tudo se conjuga em função de dois objectivos prioritários: anular o abandono e aumentar o sucesso.
Se há uma concordância total com esta medida, o consenso já não é possível quando se pretende dizer que tudo o que existe é mau e que tudo está a ser feito pela primeira vez. É este o grande problema da educação, e pelo que se pode ver esta ministra persiste também no erro, querendo ignorar que há aspectos que devem ser mantidos e outros que devem ser mudados.
Mas sem os professores e educadores não há mudança possível. E o erro principal é esse mesmo.

janeiro 23, 2008

Mudanças nos órgãos autárquicos

Tem sido notícia, nos últimos dias, a discussão da proposta de alteração à lei eleitoral dos órgãos das autarquias locais. O anteprojecto foi aprovado na generalidade na Assembleia da República, dentro de um “processo negocial de convergência”, pelos grupos parlamentares do PS e PSD. Condenados a desentenderem-se em tantas assembleias municipais, os dois partidos estão, agora, forçados a impor um modelo que é explicado por palavras tão usuais nas políticas económicas e sociais, por exemplo, “eficiência”, “eficácia”, “efectiva responsabilização”.
Para que haja uma “mais directa relação entre os eleitos e os eleitores”, a arquitectura dos órgãos das autarquias locais é substantivamente modificada em dois aspectos essenciais. No primeiro, a personalização do órgão da Câmara Municipal. O Presidente terá, doravante, a possibilidade de escolher, sem que signifique o escalonamento dos vereadores numa lista separada, tal como acontecia até aqui, as pessoas da sua confiança.

Quer dizer: o Presidente da Câmara terá um leque muito maior de escolha, depois das eleições, dos seus vereadores, mas desde que esses elementos façam parte da lista eleita para a Assembleia Municipal. Além disso, o Presidente terá uma maioria mais confortável, pois a oposição ficará mais reduzida em termos de representatividade no órgão camarário. Entender-se-á, por isso, a discordância absoluta dos pequenos partidos, sobretudo quando tudo é mudado em nome da “governabilidade”, “eficiência” e “responsabilização”.

Quanto ao segundo, a Assembleia Municipal vê reforçados os seus poderes de fiscalização e controlo. O Presidente da Câmara, que será o candidato da lista que obtiver maior número de votos nas eleições, forma a sua equipa no contexto da Assembleia, podendo ocorrer neste espaço a sua destituição. Deixará não só de haver listas separadas para a Assembleia e para a Câmara, como também se processará de modo mais directo a interligação destes dois órgãos. Julgo que este aspecto é o que mais consenso pode gerar. O presidente da Assembleia, como o escrevi nestas crónicas, não tinha programa eleitoral próprio e, acima de tudo, dependia de um relacionamento de parceria, já que a agenda, por força de lei, era, essencialmente, determinada pelo exercício das competências da Câmara Municipal.

No entanto, há um ponto de muita discórdia: os Presidentes das Juntas de Freguesia deixarão, e sinceramente não acredito que esta proposta seja a mais correcta, de usar o direito de voto nas seguintes competências da Assembleia Municipal: “Acompanhar e fiscalizar a actividade da câmara municipal, dos serviços municipalizados, das fundações e das empresas municipais”; “aprovar as opções do plano e a proposta de orçamento, bem como as respectivas revisões”. Os Presidentes das Juntas de Freguesia seriam uma espécie de meios-deputados municipais, podendo decidir em 41 competências da Assembleia Municipal, sendo afastados de uma área que mais poder reivindicativo lhes confere. Neste ponto, a lei necessita de ser mudada, sobretudo quando se fala no texto de transparência e responsabilização.

janeiro 10, 2008

Pedagogia eleitoral

Quem se der ao trabalho, e há quem o faça por outros motivos, de analisar o que os candidatos dizem nas campanhas eleitorais e comparar, depois, com aquilo que fazem na qualidade de governantes, encontrará, decerto, muitos desfasamentos.
Em período eleitoral, o actual primeiro-ministro prometeu que referendaria o Tratado Constitucional, que muitos países europeus começavam a rejeitar. Agora, e com a poeira do tempo a sobrepor-se às promessas, é-nos dito que não, que tudo se decidirá pelo voto dos deputados e não pelo voto dos eleitores, pois fala-se de uma realidade bem diferente, ou seja, do Tratado de Lisboa.
Esta quebra é engenhosa porque só evidencia que os políticos têm argumentos suficientes para decidirem o que bem entendem, esquecendo-se que tudo muda, pelo que a promessa devia estar proibida. Há sempre algo de novo que os faz mudar.
Talvez faça sentido aprender com estes erros, mas qual é o candidato que tem tino na palavra?



janeiro 06, 2008

2008

2008 começou sob o signo do conflito.
Do conflito, tácito, entre as leituras do Presidente da República, que cheiram a reprimendas, e as certezas do Primeiro-ministro, gozando, ainda, a euforia da presidência da União Europeia.
Trata-se de um conflito em torno da educação (qualidade da formação e estatuto do aluno são, talvez, os pontos críticos), da justiça (soprada por ventos ineficazes) e da economia (a propósito dos salários mais elevados).
Todas as chamadas de atenção são úteis e sensatas, sobretudo quando a maioria parece dispensar as análises críticas. Mas como é possível que o Presidente da República se esqueça dos seus dez anos de governação?
Do conflito, explícito, entre os fumadores.
A lei do antibagismo está a ser aplicada desde o dia 1 de Janeiro. Como não fumador, e por opção, aplaudo por inteiro a medida. Sinto que tenho o direito a não fumar activamente o meu cigarro e o cigarro dos outros, de forma passiva.
No entanto, é deprimente ler os textos virulentos, totalmente despidos de razoabilidade, de pessoas como Vasco Pulido Valente, Miguel Sousa Tavares e António Barreto, quer no "Expresso", quer no "Público".
Perante estes textos ferozes, com comentários políticos despropositados, que fazer?
Decerto, fortalecer ainda mais a lei, e desse modo talvez se calem ou, pelo menos, possam aprender que o direito de fumar implica o direito de não fumar.